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É fácil falar e nos entregarmos à algo pelo qual acreditamos e somo apaixonados. Ver que algumas horas semanais faz muita diferença e lhe torna uma pessoa melhor a cada dia e a cada ida ao Recanto Amigo. Faz dois anos e meio que iniciei um trabalho voluntário na CASA DE MARIA, um dos seus projetos é o acolhimento de 36 crianças, aproximadamente, que foram retiradas pela justiça por abuso e ou violência sexual.
A mantenedora desta instituição é Regina Célia Siqueira de Almeida, a chamo carinhosamente de minha DONA RÊ! Uma das mulheres mais extraordinárias que já conheci, ela sempre me convidava para ir até o Recanto Amigo e eu sempre dava uma desculpa, pois, as crianças com certeza seriam bem mais bonitinhas do que eu poderia me deparar no Recanto. Num belo dia... depois de tanta insistência da Minha do Rê eu fui.
FUI .... Me apaixonei .... me emocionei sai de lá maravilhada, me vi pequena, preconceituosa e pensei, aqui é meu lugar.
A estrutura esta em Jaguapitã, pois um dia quando Minha do Rê, à 20 anos atrás, passou em frente e viu que o seminário estava a venda foi lá e comprou sem nenhum tostão, para assim dar continuidade ao seu projeto, e assim o fez, E fez muito. Trabalhou, lutou e hoje é uma estrutura de um semi-hospital com 75 pacientes que são muito debilitados.
Sei que nossa instituição é o ponto final para alguns que estão esperando a morte em seus leitos, para outros que graças a um trabalho incansável da equipe de enfermagem vão se recuperando e vendo que estão tendo uma nova oportunidade, renascendo dia a dia, reaprendendo a andar e até voltar a amar.
Nossa instituição, o Recanto Amigo, não tem pessoas lindas, mas vejo no fundo dos seus olhos esperança. Temos pessoas acabadas... acamadas...banguelas ....com pele manchada e os dedos queimados pelo uso do craque, a maioria se encontra em estado de demência...pernas e braços tortos, inclusive pela falta de cuidados que tiveram no passado sem o uso da medicação adequada para o controle do HIV.
Nunca me imaginei no meio de um monte de ex moradores de rua, ex presidiários e, em sua maioria, viciados em álcool e drogas, portadores do HIV.
Nunca pensei que fosse amá-los e respeitá-los sem julgamentos pela suas histórias e escolhas de vida, só sei que no primeiro dia que estive lá me apaixonei.
Dessa forma, fui conhecendo cada um deles e suas histórias, hoje conheço todos pelos seus nomes. Sou chamadas por eles como mãe loira e eu os chamo de meus filhos mais velhos. A cada ida minha fui me transformando. Como aprendi e aprendo com eles, hoje me sinto forte e livre de julgamentos.
Quando falamos do que é o recanto, as pessoas não se interessam muito, tem medo e preconceito já que lidamos com portadores do vírus HIV, ex usuários, transexuais, gays e lésbicas.
ALGUNS JA ME DISSERAM :"São escolhas"...Escolhas que eles já estão pagando o preço dia a dia com seu bem maior que é a vida. Será que somos tão superiores que devemos excluí-los de vez? Exterminá-los ou continuar ignorando???
Não... Não conseguiria fazer, como disse anteriormente, eu os amo, poderia ser eu ou você, um parente... por suas escolhas.
Temos pacientes que suas histórias são inacreditáveis... alguns foram gerentes de bancos, empresários, já tiveram famílias... mas perderam tudo por suas escolhas..Acho eu, que já pagaram sua pena.
Eu vejo VIDA nos olhos deles transformando o que era velho e feio em novo.
Eu quis contar a minha história com o Recanto para quê vocês se inspirem e para analisar o quanto somos pequenos mediante a tantos problemas e como podemos ser grandes se o quisermos
- Depoimento de Vivian Scheller - Gestora Hospitalar e Especialista em Gestão da Qualidade em Saúde pelo Hospital Albert Einstein - 15/11/2015
Sou voluntário na CASA DE MARIA - CENTRO DE APOIO A DEPENDENTES. Minha função é ouvir pessoas que precisam de ajuda mas, nesses anos todos, não tenho ouvido apenas pessoas, muito mais me fala a própria CASA! Fala de amor compartilhado, de ternura, gentileza, de compaixão e solidariedade. Diante dessa voz constante, embora silenciosa, também eu fico mudo, grato a Deus e maravilhado por fazer parte dessa família. - Depoimento de Rubens Chiaroti - 04/06/2015
Casa de Maria é para mim um sonho que me possibilitou concretizar um desejo antigo de servir Jesus por meio das pessoas necessitadas.
Senti uma grande alegria no meu coração quando Regina e Artur foram a nossa casa participar a decisão ( da equipe 17 do Movimento Equipes de Nossa Senhora) de fundar uma Casa que atenderia aos dependentes químicos.
Nunca fui ligada às necessidades dos dependentes químicos, mas me coloquei à disposição para servi-los. Passei a conhecê-los melhor e vê-los com mais amor, como filhos de Deus.
Tudo isso começou a tomar corpo no dia 15 de agosto de 1990. Nesse dia foi rezada a primeira missa pedindo ajuda a nossa querida Mãe, colocando em suas mãos o caminho que seria percorrido pelos fundadores e voluntários da Casa de Maria.
Logo me posicionei, ficando responsável pela parte das atividades econômicas e pela oração, pedido sempre a Mãe para que mostrasse o caminho que Ela desejava para o atendimento das pessoas dependentes do álcool e das drogas.
Com a direção da Regina e Artur, o atendimento espiritual feita pelo padre Antônio Lobo - de uma maneira incansável - e com a ajuda de muitos voluntários o atendimento foi se tornando conhecido das paróquias e das famílias que sofriam com algum membro doente por excesso de bebida.
O tratamento completo era internação por 9 meses, quando recebiam ajuda psicológica, médica e espiritual como suporte para ajudá-los a não recair no vicio.
Grandes vitorias cantamos, muitos vieram a reestruturar suas famílias melhorando também a vida profissional.
Depois de alguns anos Regina sentiu necessidade de acolher os portadores do vírus HIV.
Foi uma batalha. Compramos um local para acolhê-los. Enfim, um seminário desativado em Jaguapitã foi negociado com a diocese e após muitas dificuldades o seminário foi vendido para a Casa de Maria e os nossos doentes foram para lá e estão até hoje recebendo ajuda na manutenção da saúde física e espiritual.
Muitos voltaram para a Casa do Pai. Tiveram uma morte digna. Quantos daqueles que aprendemos a amar e que conviveram anos conosco hoje são nossos intercessores junto ao Pai!
Passados alguns anos Regina sentiu a necessidade de acolher crianças que são sujeitas a maus tratos. Hoje três Casas abrigam crianças recém-nascidas que têm ficado até completar 18 anos, quando são encaminhadas para um serviço e colocadas em casa de famílias ou pensionatos para que possam levar uma vida de forma independente. Outras crianças são encaminhadas para adoção por ordem de Juiz responsável pela vara da Infância e Juventude.
Neste ano completamos 25 anos de atendimento. Vinte cinco anos envolvidos emocionalmente com a Casa de Maria e com todos esses acontecimentos.
Hoje já não sou a mesma mas continuo voluntária. Minha ajuda é bem pequena mas ofereço minhas orações por todas as necessidades que surgem no dia-a-dia.
Ser voluntaria é viver com o objetivo de seguir Jesus por intermédio dos marginalizados e sofredores.
- Depoimento de Maria Cecilia Novelle - 04/05/2015
'Vinte e quatro anos junto à Casa de Maria'
A Casa de Maria é como um filho amado que que cuidamos sem esperar nada em troca, a não ser seu próprio bem estar e alegria. Essa é nossa grande recompensa!
São 24 anos de convivência e dedicação com muito amor e carinho, é o que tenho recebido por todos esses anos de trabalho voluntário nesta instituição que busca aliviar, com auxílio de Maria Nossa Mãe, a dor daqueles que sofrem.
- Depoimento de Welt Maria de Andrade Bobroff - 09/03/2015
A vida é uma grande escola, onde todos somos convidados a aprender. A unidade da Casa de Maria de Jaguapitã, é um verdadeiro centro de aprendizado. O que se aprende ali? Respondo: compaixão, muitas vezes chego com grupos de 20 ou 30 acadêmicos de diversos cursos como Direito, Medicina, Engenharia, dentre outros e somos todos recepcionados com um abraço. Muitos pensam que quem está no abrigo não tem nada a oferecer, muito se engana quem pensa dessa forma, ali se aprende na prática a misericórdia, o amor próximo, o sentido da vida, a luta pela sobrevivência, o desejo de viver. Enfim, um lugar que proporciona uma reflexão e um repensar de como a vida está sendo vivida. Se, de fato, estamos vivendo ou meramente existindo, sem se importar com o ter, mas sim com o ser.
- Depoimento de Marcos Roger Ribeiro - 09/03/2015
Depoimentos

É fácil falar e nos entregarmos à algo pelo qual acreditamos e somo apaixonados. Ver que algumas horas semanais faz muita diferença e lhe torna uma pessoa melhor a cada dia e a cada ida ao Recanto Amigo. Faz dois anos e meio que iniciei um trabalho voluntário na CASA DE MARIA, um dos seus projetos é o acolhimento de 36 crianças, aproximadamente, que foram retiradas pela justiça por abuso e ou violência sexual. A mantenedora desta instituição é Regina Célia Siqueira de Almeida, a chamo carinhosamente de minha DONA RÊ! Uma das mulheres mais extraordinárias que já conheci, ela sempre me convidava para ir até o Recanto Amigo e eu sempre dava uma desculpa, pois, as crianças com certeza seriam bem mais bonitinhas do que eu poderia me deparar no Recanto. Num belo dia... depois de tanta insistência da Minha do Rê eu fui. FUI .... Me apaixonei .... me emocionei sai de lá maravilhada, me vi pequena, preconceituosa e pensei, aqui é meu lugar. A estrutura esta em Jaguapitã, pois um dia quando Minha do Rê, à 20 anos atrás, passou em frente e viu que o seminário estava a venda foi lá e comprou sem nenhum tostão, para assim dar continuidade ao seu projeto, e assim o fez, E fez muito. Trabalhou, lutou e hoje é uma estrutura de um semi-hospital com 75 pacientes que são muito debilitados. Sei que nossa instituição é o ponto final para alguns que estão esperando a morte em seus leitos, para outros que graças a um trabalho incansável da equipe de enfermagem vão se recuperando e vendo que estão tendo uma nova oportunidade, renascendo dia a dia, reaprendendo a andar e até voltar a amar. Nossa instituição, o Recanto Amigo, não tem pessoas lindas, mas vejo no fundo dos seus olhos esperança. Temos pessoas acabadas... acamadas...banguelas ....com pele manchada e os dedos queimados pelo uso do craque, a maioria se encontra em estado de demência...pernas e braços tortos, inclusive pela falta de cuidados que tiveram no passado sem o uso da medicação adequada para o controle do HIV. Nunca me imaginei no meio de um monte de ex moradores de rua, ex presidiários e, em sua maioria, viciados em álcool e drogas, portadores do HIV. Nunca pensei que fosse amá-los e respeitá-los sem julgamentos pela suas histórias e escolhas de vida, só sei que no primeiro dia que estive lá me apaixonei. Dessa forma, fui conhecendo cada um deles e suas histórias, hoje conheço todos pelos seus nomes. Sou chamadas por eles como mãe loira e eu os chamo de meus filhos mais velhos. A cada ida minha fui me transformando. Como aprendi e aprendo com eles, hoje me sinto forte e livre de julgamentos. Quando falamos do que é o recanto, as pessoas não se interessam muito, tem medo e preconceito já que lidamos com portadores do vírus HIV, ex usuários, transexuais, gays e lésbicas. ALGUNS JA ME DISSERAM :"São escolhas"...Escolhas que eles já estão pagando o preço dia a dia com seu bem maior que é a vida. Será que somos tão superiores que devemos excluí-los de vez? Exterminá-los ou continuar ignorando??? Não... Não conseguiria fazer, como disse anteriormente, eu os amo, poderia ser eu ou você, um parente... por suas escolhas. Temos pacientes que suas histórias são inacreditáveis... alguns foram gerentes de bancos, empresários, já tiveram famílias... mas perderam tudo por suas escolhas..Acho eu, que já pagaram sua pena. Eu vejo VIDA nos olhos deles transformando o que era velho e feio em novo. Eu quis contar a minha história com o Recanto para quê vocês se inspirem e para analisar o quanto somos pequenos mediante a tantos problemas e como podemos ser grandes se o quisermos - Depoimento de Vivian Scheller - Gestora Hospitalar e Especialista em Gestão da Qualidade em Saúde pelo Hospital Albert Einstein - 15/11/2015
Sou voluntário na CASA DE MARIA - CENTRO DE APOIO A DEPENDENTES. Minha função é ouvir pessoas que precisam de ajuda mas, nesses anos todos, não tenho ouvido apenas pessoas, muito mais me fala a própria CASA! Fala de amor compartilhado, de ternura, gentileza, de compaixão e solidariedade. Diante dessa voz constante, embora silenciosa, também eu fico mudo, grato a Deus e maravilhado por fazer parte dessa família. - Depoimento de Rubens Chiaroti - 04/06/2015
Casa de Maria é para mim um sonho que me possibilitou concretizar um desejo antigo de servir Jesus por meio das pessoas necessitadas. Senti uma grande alegria no meu coração quando Regina e Artur foram a nossa casa participar a decisão ( da equipe 17 do Movimento Equipes de Nossa Senhora) de fundar uma Casa que atenderia aos dependentes químicos. Nunca fui ligada às necessidades dos dependentes químicos, mas me coloquei à disposição para servi-los. Passei a conhecê-los melhor e vê-los com mais amor, como filhos de Deus. Tudo isso começou a tomar corpo no dia 15 de agosto de 1990. Nesse dia foi rezada a primeira missa pedindo ajuda a nossa querida Mãe, colocando em suas mãos o caminho que seria percorrido pelos fundadores e voluntários da Casa de Maria. Logo me posicionei, ficando responsável pela parte das atividades econômicas e pela oração, pedido sempre a Mãe para que mostrasse o caminho que Ela desejava para o atendimento das pessoas dependentes do álcool e das drogas. Com a direção da Regina e Artur, o atendimento espiritual feita pelo padre Antônio Lobo - de uma maneira incansável - e com a ajuda de muitos voluntários o atendimento foi se tornando conhecido das paróquias e das famílias que sofriam com algum membro doente por excesso de bebida. O tratamento completo era internação por 9 meses, quando recebiam ajuda psicológica, médica e espiritual como suporte para ajudá-los a não recair no vicio. Grandes vitorias cantamos, muitos vieram a reestruturar suas famílias melhorando também a vida profissional. Depois de alguns anos Regina sentiu necessidade de acolher os portadores do vírus HIV. Foi uma batalha. Compramos um local para acolhê-los. Enfim, um seminário desativado em Jaguapitã foi negociado com a diocese e após muitas dificuldades o seminário foi vendido para a Casa de Maria e os nossos doentes foram para lá e estão até hoje recebendo ajuda na manutenção da saúde física e espiritual. Muitos voltaram para a Casa do Pai. Tiveram uma morte digna. Quantos daqueles que aprendemos a amar e que conviveram anos conosco hoje são nossos intercessores junto ao Pai! Passados alguns anos Regina sentiu a necessidade de acolher crianças que são sujeitas a maus tratos. Hoje três Casas abrigam crianças recém-nascidas que têm ficado até completar 18 anos, quando são encaminhadas para um serviço e colocadas em casa de famílias ou pensionatos para que possam levar uma vida de forma independente. Outras crianças são encaminhadas para adoção por ordem de Juiz responsável pela vara da Infância e Juventude. Neste ano completamos 25 anos de atendimento. Vinte cinco anos envolvidos emocionalmente com a Casa de Maria e com todos esses acontecimentos. Hoje já não sou a mesma mas continuo voluntária. Minha ajuda é bem pequena mas ofereço minhas orações por todas as necessidades que surgem no dia-a-dia. Ser voluntaria é viver com o objetivo de seguir Jesus por intermédio dos marginalizados e sofredores. - Depoimento de Maria Cecilia Novelle - 04/05/2015
'Vinte e quatro anos junto à Casa de Maria' A Casa de Maria é como um filho amado que que cuidamos sem esperar nada em troca, a não ser seu próprio bem estar e alegria. Essa é nossa grande recompensa! São 24 anos de convivência e dedicação com muito amor e carinho, é o que tenho recebido por todos esses anos de trabalho voluntário nesta instituição que busca aliviar, com auxílio de Maria Nossa Mãe, a dor daqueles que sofrem. - Depoimento de Welt Maria de Andrade Bobroff - 09/03/2015
A vida é uma grande escola, onde todos somos convidados a aprender. A unidade da Casa de Maria de Jaguapitã, é um verdadeiro centro de aprendizado. O que se aprende ali? Respondo: compaixão, muitas vezes chego com grupos de 20 ou 30 acadêmicos de diversos cursos como Direito, Medicina, Engenharia, dentre outros e somos todos recepcionados com um abraço. Muitos pensam que quem está no abrigo não tem nada a oferecer, muito se engana quem pensa dessa forma, ali se aprende na prática a misericórdia, o amor próximo, o sentido da vida, a luta pela sobrevivência, o desejo de viver. Enfim, um lugar que proporciona uma reflexão e um repensar de como a vida está sendo vivida. Se, de fato, estamos vivendo ou meramente existindo, sem se importar com o ter, mas sim com o ser. - Depoimento de Marcos Roger Ribeiro - 09/03/2015
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11/2014