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01 DEZ 2015
Território do Brincar resgata e celebra a sutileza da infância
Veja-se: brincar é a primeira festa que a vida nos oferece. Depois vem o sonho.? A frase do escritor moçambicano Mia Couto, em um de seus contos mais recentes, poderia ser a sinopse oficial do longa-metragem Território do Brincar, dirigido pelo casal de documentaristas Renata Meirelles e David Reeks.

Antes de assistir ao filme, um aviso aos adultos: livrem-se de celulares, tablets e preocupações. Durante a exibição, é preciso apenas voltar à própria infância, na companhia de crianças de nove comunidades do Brasil.

Sem interferir na naturalidade do ato de brincar, Renata e Reeks passaram dois anos na estrada com uma proposta: registrar os pequenos grandes inventores. Meninos e meninas que transformam pedaços de madeira e garrafas de plástico em caminhões, fazem dos baldes coloridos banheiras para as bonecas, enfileiram tampinhas de garrafa para a pista dos carrinhos. O elástico e a corda, acompanhados das cantigas, ajudam a pular livremente. A pipa voa sem pressa. Crianças que criam. E nos inspiram.

Para o casal, família que brinca unida permanece unida. Entre 2012 e 2014, percorreram o Brasil acompanhados das câmeras e dos filhos, Sebastian e Constantin. Além do filme, as experiências estão registradas no site oficial do projeto. Mesmo distantes, as infâncias sempre se encontram, diz Renata, educadora e pesquisadora do brincar há mais de 20 anos. A despeito das realidades sociais tão distintas, ela afirma: ?Quisemos mostrar o lado heroico e sublime de todos?.

A convite do Promenino, ela relembrou a própria infância ao contar passagens dos bastidores, além de ressaltar a importância do brincar para o desenvolvimento integral das crianças. ?Eu fui uma criança que brincou muito e é por isso que continuo brincando (risos). Confira.

Na estrada com os filhos

Foi uma experiência muito bacana. O projeto foi feito por conta deles. Eu e o David queríamos um espaço de convivência intensa. Por isso, criamos o projeto desse jeito, pensando muito neles e em estar em família. A ideia se casou com a possibilidade de educarmos nossos filhos na estrada, para que eles aprendessem com as pessoas das comunidades como é a vida naquele lugar. Sempre dizemos que a escola é todo mundo, é tudo o que vivemos. Experiências vêm de vivências, e não só de informações. Conseguimos manter uma relação familiar muito próxima. Foi algo muito rico para eles, pela diversidade dos lugares pelos quais passamos. Eles nos acompanharam em todas as comunidades filmadas.

Respeito aos verdadeiros heróis

Sebastião hoje tem 6 anos e Constantin, 8. À época das filmagens, eles eram muito pequenos, com 2 e 4 anos, respectivamente. As brincadeiras que viam eram, de fato, uma descoberta. E eles viam as crianças das comunidades como heróis, tinham o maior respeito com aquilo que viam e aprendiam. Viram crianças construindo barcos, brincando com raízes, construindo barquinhos de madeira com latas e cordas de chinelos... Para eles, e para nós, é deslumbrante ver esses meninos inventando seus próprios brinquedos e brincadeiras.

Brincar em família

Nós moramos em uma casa na Zona Rural, em Campinas. Brincamos muito juntos, do corrupio à peteca, entre outras coisas aprendidas na viagem. Em uma das comunidades pelas quais passamos, o mais velho me disse: 'Nossa, mãe, aqui eles conseguem consertar os brinquedos!' É um conjunto mágico, pois eles também nos trazem as atividades feitas na escola. Sou educadora e há 20 anos faço pesquisas sobre o brincar. Eu fui uma criança que brincou muito e é por isso que continuo brincando (risos). É meu jeito de ficar agarrada às brincadeiras. Eu nasci em São Paulo, na capital, em uma casa de grande quintal. Sempre passei as férias fora da cidade. Subia em árvores, pulava elástico, brincava de Cinco Marias, de casinha. As férias eram a época em que eu mais sentia que crescia. Tive uma infância cheia de brincadeiras.

Câmera que observa

Ficamos de um a três meses em cada uma das comunidades. Chegamos para brincar com as crianças. Sempre perguntamos: 'O que vocês querem nos mostrar?'. E não é nada que a gente produza ? elas fazem e mostram por estarem a fim, sabe? A câmera entra como um elemento a mais. Durante esse período, as crianças convivem conosco, brincam com nossos filhos. A rotina é essa: brincar. De repente, aparece uma câmera ali que, de alguma forma, brinca junto. E a equipe de filmagem não é uma equipe de cinema, com 10, 15 pessoas. Isso ajuda, por não ter um peso grande que se transforme em uma responsabilidade para a criança. O que a gente quer é o espontâneo dela.

Brincar, linguagem comum

?Gostamos de ver como as crianças brincam de maneiras muito semelhantes, independentemente da região em que elas estejam. Isso foi um foco de grande interesse do 'Território do Brincar'. Como as crianças brincam de casinha, de carrinhos, de correr, de roda... É uma linguagem comum. Cada região traz um colorido para essas brincadeiras. A maneira de brincar é parecida. É justamente por isso que não identificamos onde as cenas foram feitas. Não quisemos regionalizar no sentido de 'ah, no Sul, brinca-se disso, no Norte é diferente'. Nossa ideia era deixar claro: o que há de muito universal em uma criança é que todas elas, de alguma forma, sintam-se conectadas pelas relações arquetípicas do brincar. Não era necessário tratar de uma linguagem específica das regiões, daquela determinada cultura. Queríamos que as pessoas se encontrassem, todas elas, sem importar onde moram ou a qual classe social pertencem, e se conectassem por meio dos gestos genuínos da criança.

Poesia em meio às dificuldades

Quando chegamos às comunidades, em muitas delas costumamos ver um universo muito dolorido para as crianças. Uma realidade difícil, contextos complicados. Desde as primeiras captações de imagem, buscamos aquilo que é mais belo e mais potente. Quisemos mostrar o lado heroico e sublime de todos. É uma escolha nossa. Claro, sabemos que existem inúmeros problemas sociais, mas a ideia do filme é uma linguagem que seja mais poética, que priorize o belo e o que há de potente nas crianças, para que se crie um espaço de poesia. Quem assiste ao filme tem a sensação de estar brincando junto.

Fonte: http://www.promenino.org.br/noticias/reportagens/territorio-do-brincar-resgata-e-celebra-a-sutileza-da-infancia
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01 DEZ 2015
Território do Brincar resgata e celebra a sutileza da infância
Veja-se: brincar é a primeira festa que a vida nos oferece. Depois vem o sonho.? A frase do escritor moçambicano Mia Couto, em um de seus contos mais recentes, poderia ser a sinopse oficial do longa-metragem Território do Brincar, dirigido pelo casal de documentaristas Renata Meirelles e David Reeks. Antes de assistir ao filme, um aviso aos adultos: livrem-se de celulares, tablets e preocupações. Durante a exibição, é preciso apenas voltar à própria infância, na companhia de crianças de nove comunidades do Brasil. Sem interferir na naturalidade do ato de brincar, Renata e Reeks passaram dois anos na estrada com uma proposta: registrar os pequenos grandes inventores. Meninos e meninas que transformam pedaços de madeira e garrafas de plástico em caminhões, fazem dos baldes coloridos banheiras para as bonecas, enfileiram tampinhas de garrafa para a pista dos carrinhos. O elástico e a corda, acompanhados das cantigas, ajudam a pular livremente. A pipa voa sem pressa. Crianças que criam. E nos inspiram. Para o casal, família que brinca unida permanece unida. Entre 2012 e 2014, percorreram o Brasil acompanhados das câmeras e dos filhos, Sebastian e Constantin. Além do filme, as experiências estão registradas no site oficial do projeto. Mesmo distantes, as infâncias sempre se encontram, diz Renata, educadora e pesquisadora do brincar há mais de 20 anos. A despeito das realidades sociais tão distintas, ela afirma: ?Quisemos mostrar o lado heroico e sublime de todos?. A convite do Promenino, ela relembrou a própria infância ao contar passagens dos bastidores, além de ressaltar a importância do brincar para o desenvolvimento integral das crianças. ?Eu fui uma criança que brincou muito e é por isso que continuo brincando (risos). Confira. Na estrada com os filhos Foi uma experiência muito bacana. O projeto foi feito por conta deles. Eu e o David queríamos um espaço de convivência intensa. Por isso, criamos o projeto desse jeito, pensando muito neles e em estar em família. A ideia se casou com a possibilidade de educarmos nossos filhos na estrada, para que eles aprendessem com as pessoas das comunidades como é a vida naquele lugar. Sempre dizemos que a escola é todo mundo, é tudo o que vivemos. Experiências vêm de vivências, e não só de informações. Conseguimos manter uma relação familiar muito próxima. Foi algo muito rico para eles, pela diversidade dos lugares pelos quais passamos. Eles nos acompanharam em todas as comunidades filmadas. Respeito aos verdadeiros heróis Sebastião hoje tem 6 anos e Constantin, 8. À época das filmagens, eles eram muito pequenos, com 2 e 4 anos, respectivamente. As brincadeiras que viam eram, de fato, uma descoberta. E eles viam as crianças das comunidades como heróis, tinham o maior respeito com aquilo que viam e aprendiam. Viram crianças construindo barcos, brincando com raízes, construindo barquinhos de madeira com latas e cordas de chinelos... Para eles, e para nós, é deslumbrante ver esses meninos inventando seus próprios brinquedos e brincadeiras. Brincar em família Nós moramos em uma casa na Zona Rural, em Campinas. Brincamos muito juntos, do corrupio à peteca, entre outras coisas aprendidas na viagem. Em uma das comunidades pelas quais passamos, o mais velho me disse: 'Nossa, mãe, aqui eles conseguem consertar os brinquedos!' É um conjunto mágico, pois eles também nos trazem as atividades feitas na escola. Sou educadora e há 20 anos faço pesquisas sobre o brincar. Eu fui uma criança que brincou muito e é por isso que continuo brincando (risos). É meu jeito de ficar agarrada às brincadeiras. Eu nasci em São Paulo, na capital, em uma casa de grande quintal. Sempre passei as férias fora da cidade. Subia em árvores, pulava elástico, brincava de Cinco Marias, de casinha. As férias eram a época em que eu mais sentia que crescia. Tive uma infância cheia de brincadeiras. Câmera que observa Ficamos de um a três meses em cada uma das comunidades. Chegamos para brincar com as crianças. Sempre perguntamos: 'O que vocês querem nos mostrar?'. E não é nada que a gente produza ? elas fazem e mostram por estarem a fim, sabe? A câmera entra como um elemento a mais. Durante esse período, as crianças convivem conosco, brincam com nossos filhos. A rotina é essa: brincar. De repente, aparece uma câmera ali que, de alguma forma, brinca junto. E a equipe de filmagem não é uma equipe de cinema, com 10, 15 pessoas. Isso ajuda, por não ter um peso grande que se transforme em uma responsabilidade para a criança. O que a gente quer é o espontâneo dela. Brincar, linguagem comum ?Gostamos de ver como as crianças brincam de maneiras muito semelhantes, independentemente da região em que elas estejam. Isso foi um foco de grande interesse do 'Território do Brincar'. Como as crianças brincam de casinha, de carrinhos, de correr, de roda... É uma linguagem comum. Cada região traz um colorido para essas brincadeiras. A maneira de brincar é parecida. É justamente por isso que não identificamos onde as cenas foram feitas. Não quisemos regionalizar no sentido de 'ah, no Sul, brinca-se disso, no Norte é diferente'. Nossa ideia era deixar claro: o que há de muito universal em uma criança é que todas elas, de alguma forma, sintam-se conectadas pelas relações arquetípicas do brincar. Não era necessário tratar de uma linguagem específica das regiões, daquela determinada cultura. Queríamos que as pessoas se encontrassem, todas elas, sem importar onde moram ou a qual classe social pertencem, e se conectassem por meio dos gestos genuínos da criança. Poesia em meio às dificuldades Quando chegamos às comunidades, em muitas delas costumamos ver um universo muito dolorido para as crianças. Uma realidade difícil, contextos complicados. Desde as primeiras captações de imagem, buscamos aquilo que é mais belo e mais potente. Quisemos mostrar o lado heroico e sublime de todos. É uma escolha nossa. Claro, sabemos que existem inúmeros problemas sociais, mas a ideia do filme é uma linguagem que seja mais poética, que priorize o belo e o que há de potente nas crianças, para que se crie um espaço de poesia. Quem assiste ao filme tem a sensação de estar brincando junto.
Fonte: http://www.promenino.org.br/noticias/reportagens/territorio-do-brincar-resgata-e-celebra-a-sutileza-da-infancia
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11/2014