Segundo a revista "IstoÉ", o infectologista Artur Timerman, que viu de perto a tragédia causada pela epidemia da aids, nos anos 80 e 90, se diz preocupado com os rumos do Brasil no diagnóstico e na prevenção da doença. Segundo ele, o país está falhando em todos os aspectos. "O Brasil está na contramão do mundo. O programa foi ótimo no início, mas está ficando para trás", diz Timerman. "Não temos os melhores medicamentos e o discurso de que todos estão sendo tratados é falso, continua"
Para o especialista, o grande desafio dos próximos anos será lidar com a despreocupação dos jovens em relação à doença: "Eles estão desavisados sobre as consequências do HIV, estão bebendo mais e tendo relações sexuais sem se proteger".
Com aproximadamente 1,5 mil pacientes tratados, Timerman, que lançou recentemente o livro "Histórias da Aids", conta que os médicos tiveram que descobrir no dia a dia como lidar com os efeitos do vírus. Mas muita coisa mudou. Antes, ele andava com um bloco de atestados de óbitos na maleta, tamanho o número de pacientes que perdia. Trinta e cinco anos após o surgimento da epidemia, os prognósticos para a cura são otimistas. Ele acredita que nos próximos cinco anos já exista uma medicação consistente para impedir totalmente a replicação do HIV dentro do corpo.
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