o programa Altas Horas, da TV Globo, apresentado por Serginho Groisman, teve como tema de uma de suas atrações a história de um jovem da Paraíba vivendo com HIV. O entrevistado foi Adriano Passarela, coordenador de comunicação da RNAJVHA (Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids) e membro da Aborda (Associação Brasileira de Redução de Danos).
Há cerca de três anos, Adriano conhece seu diagnostico positivo para HIV. Na ocasião, ele e sua namorada desejavam ter um filho, pouco tempo depois ele apresentou sintomas que poderia ser um alerta para o HIV. Entre os vários exames solicitados pelo seu médico, o resultado deu positivo para HIV. Sua namorada já tinha feito o teste antes e ela também era positiva para HIV, mas, por não ter aderido ao tratamento, a doença evoluiu e ela faleceu.
Segundo Adriano, o programa procurava uma pessoa com HIV que contasse um pouco de sua vida de maneira simples e que dialogasse com os jovens. Durante a entrevista, ele contou um pouco de sua história, respondeu perguntas dos artistas convidados e plateia. Além de falar sobre os estigmas que ainda existem sobre a doença, contou um pouco sobre os efeitos colaterais que a medicação causou nele e também podem causar em outas pessoas:
?Eu tomo três medicações por dia. Se eu falhar com meu esquema, mais uma medicação é adicionada (...). Existem efeitos complicadíssimos. Eu tomo uma medicação que nos seis primeiros meses eu era proibido de dirigir porque eu ficava tonto o dia todo, eu tinha alucinações e na hora que eu fechava os olhos para dormir eu tinha pesadelos. A outra medicação me deixava empachado (estômago pesado) e existe uma série de outras medicações, como os inibidores de protease, que dão um problema chamado lipodistrofia ? uma alteração da gordura no corpo (...). E outra medicação que dá diarreia todos os dias. Então, as pessoas precisam ficar conscientes que tem tratamento, mas é complicado. Imagine como é tomar medicação todos os dias pelo resto da sua vida. Quem gostaria??.
Passarela contou a Agência de Notícias da Aids que após a exibição do programa muitas pessoas o procuraram para elogiar ou criticar sua participação. Também houve quem o procurasse para contar sua história, saber onde encontrar ajuda, entender mais sobre o tema e até mesmo oferecer algum tipo de auxilio: ?Se tratar e conquistar direitos é um tema, mas a maioria das pessoas acredita que é muito simples viver com HIV, outra parte tem muito preconceito. Mas, depois da minha ida ao programa, pessoas da região onde moro se ofereceram para fazer algum trabalho voluntário voltado à prevenção, montar uma equipe que dialogue com os jovens ou dar outras sugestões. Isso me deixou muito feliz!?
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