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07 JUL 2015
Livro revela histórias de sobreviventes da aids, destaca `Folha de S. Paulo`
O médico Artur Timerman e a jornalista Naiara Magalhães lançam no dia 21 o livro ?Histórias da Aids?, com depoimentos de pessoas idosas que levam vida praticamente normal graças ao tratamento com antirretrovirais. A ?Folha de S. Paulo? desta quinta-feira (9) destaca o lançamento na capa, com foto de uma das personagens, a pianista Olivethi Oliva Cahli. Leia a matéria, assinada por Cláudia Collucci, a seguir:
Quando foi diagnosticada com aids, aos 67 anos, a pianista Olivethi Oliva Cahli só pensava numa providência: comprar um esmalte vermelho e sair marcando pratos, talheres, xícaras e copos do seu uso pessoal. Sem saber das formas de transmissão do vírus HIV (relações sexuais e transfusão de sangue), a viúva, mãe de dois filhos e avó de três netos, temia infectar a família.
Dias antes, sentindo fraqueza e falta de ar, ela havia sido internada com pneumonia. No hospital, após uma bateria de exames, o médico deu a notícia de supetão. "A senhora tem aids."
"Parece que o prédio caiu na minha cabeça. Naquela época, ninguém falava que uma mulher casada, na minha idade, podia ter aids. Fiquei apavorada", conta.
A população com mais de 60 anos é uma das faixas etárias em que a ocorrência de casos de aids mais cresceu na última década--32% entre 2014 e 2013--, só perdendo para o aumento de 53% entre os jovens, entre 15 e 19 anos.
Hoje, aos 88 anos, Olivethi dá risada quando lembra do dia em que recebeu o diagnóstico. "Meu filho ficou furioso, queria matar o médico. Dizia: 'Onde já se viu o senhor falar para uma senhora de idade que ela que tem aids?'".
A pianista, intérprete de Chopin (1810-1849), não sabe como se infectou, mas suspeita que tenha sido por meio do marido. "Só tive relações com um homem na minha vida, o meu marido, e nunca fiz transfusão de sangue."
O marido morreu em 1993, um ano antes do diagnóstico da mulher. Diabético, caiu no banheiro e foi para a UTI, onde sofreu falência dos órgãos. A família não sabe se ele fez teste para HIV na internação.
Olivethi diz que não pensa no assunto. "Se ele me traiu e me contaminou, já o perdoei. Quem nunca errou?"
Há muitos anos sem sinais do vírus HIV no sangue, ela conta que até esquece "do bicho". "Eu nunca aceitei a doença. Coloquei na cabeça que ela não me pertence." Toma religiosamente o coquetel, combinação de comprimidos que controlam a disseminação do HIV. "Antes dele, o remédio [AZT] fazia muito mal, me sentia fraca, enjoada. Hoje não sinto nada."
A pianista adora praia e está sempre viajando para visitar os filhos que moram no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Tenho tanta energia que minhas amigas já brincaram dizendo que vão tomar o coquetel também para dar conta de me acompanhar."
OUTRAS HISTÓRIAS
A história de Olivethi é uma das cinco que estão no livro "Histórias da Aids" (editora Gutenberg, R$ 34), que o médico Artur Timerman e a jornalista Naiara Magalhães lançam no próximo dia 21.
São pacientes "pós-coquetel", homens e mulheres com HIV que levam uma vida praticamente normal, situação muito diferente da vivida pelos doentes no início da epidemia, na década de 1980.
Os relatos vêm entrelaçados com a história da evolução da aids.
"Era gente jovem escapando entre os dedos que nem água, morrendo por um problema que ninguém sabia tratar", relembra o infectologista Timerman, que trabalhava no Hospital das Clínicas quando a epidemia eclodiu.
À época, o temor dos pacientes não era nem a morte quase certa, mas o que constaria no atestado de óbito.
"Havia muito estigma. Companhias se recusavam a pagar seguro de vida às famílias se a causa da morte do segurado fosse a síndrome."
Em 1996, 15 anos após o anúncio dos primeiros casos de aids, começou a ser usado o coquetel, o que tornaria a Aids uma doença possível de tratar -- embora muitas mortes ainda ocorram por conta do diagnóstico tardio ou da falta dele.
Do ponto de vista científico, o que se busca agora é a cura, assunto que encerra o livro. Segundo Timerman, os pesquisadores contam com a ajuda de pessoas naturalmente resistentes à doença.
Por características genéticas, 2% da população mundial não se contaminam pelo vírus mesmo quando expostos. Outros 5% adquirem o vírus, mas não ficam doentes, pois o organismo é capaz de controlar o HIV espontaneamente, sem remédios.
Uma das frentes de pesquisa mais avançadas nessa área envolve o uso de engenharia genética. "A marcha da cura é irreversível. E a esperança nunca esteve tão viva", diz.
Fonte: http://agenciaaids.com.br/home/noticias/noticia_detalhe/23675#.VaAOgPlViko
Notícias

07 JUL 2015
Livro revela histórias de sobreviventes da aids, destaca `Folha de S. Paulo`
O médico Artur Timerman e a jornalista Naiara Magalhães lançam no dia 21 o livro ?Histórias da Aids?, com depoimentos de pessoas idosas que levam vida praticamente normal graças ao tratamento com antirretrovirais. A ?Folha de S. Paulo? desta quinta-feira (9) destaca o lançamento na capa, com foto de uma das personagens, a pianista Olivethi Oliva Cahli. Leia a matéria, assinada por Cláudia Collucci, a seguir: Quando foi diagnosticada com aids, aos 67 anos, a pianista Olivethi Oliva Cahli só pensava numa providência: comprar um esmalte vermelho e sair marcando pratos, talheres, xícaras e copos do seu uso pessoal. Sem saber das formas de transmissão do vírus HIV (relações sexuais e transfusão de sangue), a viúva, mãe de dois filhos e avó de três netos, temia infectar a família. Dias antes, sentindo fraqueza e falta de ar, ela havia sido internada com pneumonia. No hospital, após uma bateria de exames, o médico deu a notícia de supetão. "A senhora tem aids." "Parece que o prédio caiu na minha cabeça. Naquela época, ninguém falava que uma mulher casada, na minha idade, podia ter aids. Fiquei apavorada", conta. A população com mais de 60 anos é uma das faixas etárias em que a ocorrência de casos de aids mais cresceu na última década--32% entre 2014 e 2013--, só perdendo para o aumento de 53% entre os jovens, entre 15 e 19 anos. Hoje, aos 88 anos, Olivethi dá risada quando lembra do dia em que recebeu o diagnóstico. "Meu filho ficou furioso, queria matar o médico. Dizia: 'Onde já se viu o senhor falar para uma senhora de idade que ela que tem aids?'". A pianista, intérprete de Chopin (1810-1849), não sabe como se infectou, mas suspeita que tenha sido por meio do marido. "Só tive relações com um homem na minha vida, o meu marido, e nunca fiz transfusão de sangue." O marido morreu em 1993, um ano antes do diagnóstico da mulher. Diabético, caiu no banheiro e foi para a UTI, onde sofreu falência dos órgãos. A família não sabe se ele fez teste para HIV na internação. Olivethi diz que não pensa no assunto. "Se ele me traiu e me contaminou, já o perdoei. Quem nunca errou?" Há muitos anos sem sinais do vírus HIV no sangue, ela conta que até esquece "do bicho". "Eu nunca aceitei a doença. Coloquei na cabeça que ela não me pertence." Toma religiosamente o coquetel, combinação de comprimidos que controlam a disseminação do HIV. "Antes dele, o remédio [AZT] fazia muito mal, me sentia fraca, enjoada. Hoje não sinto nada." A pianista adora praia e está sempre viajando para visitar os filhos que moram no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Tenho tanta energia que minhas amigas já brincaram dizendo que vão tomar o coquetel também para dar conta de me acompanhar." OUTRAS HISTÓRIAS A história de Olivethi é uma das cinco que estão no livro "Histórias da Aids" (editora Gutenberg, R$ 34), que o médico Artur Timerman e a jornalista Naiara Magalhães lançam no próximo dia 21. São pacientes "pós-coquetel", homens e mulheres com HIV que levam uma vida praticamente normal, situação muito diferente da vivida pelos doentes no início da epidemia, na década de 1980. Os relatos vêm entrelaçados com a história da evolução da aids. "Era gente jovem escapando entre os dedos que nem água, morrendo por um problema que ninguém sabia tratar", relembra o infectologista Timerman, que trabalhava no Hospital das Clínicas quando a epidemia eclodiu. À época, o temor dos pacientes não era nem a morte quase certa, mas o que constaria no atestado de óbito. "Havia muito estigma. Companhias se recusavam a pagar seguro de vida às famílias se a causa da morte do segurado fosse a síndrome." Em 1996, 15 anos após o anúncio dos primeiros casos de aids, começou a ser usado o coquetel, o que tornaria a Aids uma doença possível de tratar -- embora muitas mortes ainda ocorram por conta do diagnóstico tardio ou da falta dele. Do ponto de vista científico, o que se busca agora é a cura, assunto que encerra o livro. Segundo Timerman, os pesquisadores contam com a ajuda de pessoas naturalmente resistentes à doença. Por características genéticas, 2% da população mundial não se contaminam pelo vírus mesmo quando expostos. Outros 5% adquirem o vírus, mas não ficam doentes, pois o organismo é capaz de controlar o HIV espontaneamente, sem remédios. Uma das frentes de pesquisa mais avançadas nessa área envolve o uso de engenharia genética. "A marcha da cura é irreversível. E a esperança nunca esteve tão viva", diz.
Fonte: http://agenciaaids.com.br/home/noticias/noticia_detalhe/23675#.VaAOgPlViko
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