Por Tânia Carlos*, do Promenino, com Cidade Escola Aprendiz
*Colaborou Carolina Pezzoni
Vivem no Brasil, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE, mais de seis milhões de deficientes visuais. A deficiência visual abrange várias condições oftalmológicas, entre elas a cegueira, que atinge pouco mais de meio milhão de brasileiros.
Em 1854, quase três décadas após a criação do alfabeto em braille pelo jovem cego Louis Braille, o paÃs teve sua primeira escola para deficientes, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, fundada pelo imperador Dom Pedro II. Após a Proclamação da República, o colégio passou a se chamar Instituto Benjamin Constant e, até hoje, é grande referência sobre o assunto no Brasil.
De alguns anos para cá, revolucionou-se o acesso dos deficientes visuais à educação, à leitura e à tecnologia. A ex-professora de literatura e revisora braille do Instituto Benjamin Constant, VirgÃnia Vendramini, relata que desde a década de 1960, com a popularização dos gravadores em fita cassete, muitos têm substituÃdo a leitura em braille pela leitura falada. Hoje, as bibliotecas providas de acessibilidade para cegos oferecem mais livros falados do que em braille.
A Fundação Dorina Nowill para Cegos estima que apenas 10% dos deficientes visuais sejam alfabetizados em braille no Brasil. Contudo, é preciso lembrar que o braille ainda é importantÃssimo para a alfabetização de crianças e para a inclusão de cegos na sociedade. ?A impressão de informações em braille nas embalagens de remédios e nos elevadores, por exemplo, foi uma grande conquista dos deficientes visuais. O cego que é alfabetizado em braille, mesmo que não o utilize para ler livros, é mais independente?, explica VirgÃnia.
A modernidade trouxe aos cegos um outro sistema além do braille: o DAISY - Digital Accessible Information System [Sistema de Informação AcessÃvel Digital, em português]. Ele une o que há de mais prático em usabilidade para que os cegos leiam, estudem e trabalhem em computadores, celulares e tablets. O DAISY é tido pelo Ministério da Educação ? que inclusive adaptou o sistema e criou o MECDAISY ? como principal parâmetro para publicações inclusivas. |